O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), expressou críticas em relação ao que denominou de “retrocessos” no âmbito do governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante seu discurso de encerramento no encontro do Consórcio de Integração Sul-Sudeste (Cosud) em Porto Alegre, ocorrido neste sábado (2/3), o governador mineiro destacou a perspectiva de que, diferentemente dos estados nas duas regiões em questão, o governo federal tem demonstrado uma inclinação para contemplar o passado.
Sem mencionar diretamente o nome do presidente Lula ou do Partido dos Trabalhadores (PT), Zema enfatizou as discussões em torno das modificações na Reforma Trabalhista e na autonomia do Banco Central, assuntos previamente abordados pelos petistas. O governador também antecipou críticas a eventuais alterações na Lei das Estatais.
“Lamentavelmente, após os avanços conquistados com a Reforma Trabalhista, há aqueles que dedicam esforços para questioná-la. É deplorável que, após os aprimoramentos na governança das estatais, nos deparemos com a possibilidade de dissipar esse notável avanço, que visa prevenir um novo episódio semelhante ao ‘Petrolão'”, declarou.
Ao lado dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos, São Paulo), Claudio Castro (PL, Rio de Janeiro), Eduardo Leite (PSDB, Rio Grande do Sul) e Ratinho Júnior (PSD, Paraná), Zema ressaltou que, entre os anos 1900 e 1980, o país experimentou um crescimento comparável ao da China, mas regrediu devido a uma propensão a “olhar para o passado”.
“Lamentavelmente, desde 1980, inserimo-nos na categoria de nações com crescimento moroso. Conforme os dados mais recentes disponíveis, o Brasil representa apenas 2,3% da economia mundial, evidenciando um retrocesso considerável”, avaliou.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 2,9% em 2023, superando as previsões de economistas que projetavam uma expansão inferior a 1%. O PIB total atingiu a marca de R$ 10,9 trilhões, reinstaurando o país no seleto grupo das 10 maiores economias globais.