Muitos acham que a construção da candidatura de Leandro Vilela à prefeitura de Aparecida de Goiânia foi pensada e construída em apenas três meses, não foi. De posse de pesquisas que mostravam que a popularidade de Vilmar Mariano estava com menos prestígio que a seleção brasileira do Dorival Jr., o homem dos olhos verdes, Gustavo Mendanha, ficou mais apavorado que goleiro diante do Lionel Messi numa cobrança de pênalti.
Para você ter ideia, na periferia da cidade a rejeição ao prefeito beirava a 60%. Era como você botar o nome do Netanyahu numa urna na Faixa de Gaza para os palestinos votarem. Gustavo não podia se candidatar, bancar a reeleição do prefeito com tal nível de rejeição era difícil de ganhar, mesmo o oponente sendo o Professor Alcides, conhecido pelos políticos de Aparecida como” cavalo paraguaio”.
Tinha que encontrar um nome viável eleitoralmente para enfrentar o professor que já estava trabalhando sua candidatura desde o dia que assumiu seu mandato de deputado federal. O jeito era recorrer à pesquisa qualitativa. Feito isso e de posse dela, viu-se que um nome ligado ao saudoso Maguito Vilela poderia ser um candidato forte.
Daniel Vilela vice-governador e filho de Maguito era nome fora de cogitação, pois está sendo preparado pelo governador Ronaldo Caiado para ser seu candidato ao governo e surgiu então o nome de Leandro Vilela que quase caiu da cadeira quando foi chamado no ano passado para que talvez fosse ele o candidato.
O passo seguinte era convencer o Vilmar a abdicar da candidatura à reeleição, quem poderia fazer isso, bater um papo com o prefeito e dizer a ele que ele não seria ungido candidato à reeleição? O homem da voz grossa, ele mesmo Caiado.
Esse fato aconteceu entre os meses de julho e agosto. Assim ficou decidido, Vilmar Mariano fora e o candidato da base do governo seria Leandro Vilela. O passo seguinte era bem mais difícil, com a retirada do prefeito do páreo é claro que a pose dele era de vítima mesmo com a rejeição nas nuvens, boa parte da população da cidade se compadeceu com ele e atrelado a isso Caiado e Mendanha deveriam convencer o eleitor a aceitar um candidato que ninguém conhecia e ele próprio pouco sabia sobre Aparecida.
Além disso, o Professor Alcides largou com quase 60% nas pesquisas (é verdade que sozinho até então) e tinha como apoiadores o Senador Wilder Morais e o Ex-presidente Jair Bolsonaro. Alcides adotou a estratégia de jogar parado. Praticamente não fez campanha no primeiro turno, não ia às entrevistas e não compareceu a nenhum debate. Deu tudo errado, pois a sensação criada é que só existiam dois candidatos: Leandro e a nanica candidatura do Panda.
De favorito, o Professor Alcides amargou uma derrota logo no primeiro turno, sua candidatura entrou em parafuso na etapa seguinte e perdeu uma eleição onde era amplamente favorito, justificando mais uma vez o apelido de Cavalo Paraguaio.
Quem saiu fortalecido foi Ronaldo Caiado e Gustavo Mendanha, que ganharam a queda de braço com Bolsonaro. O ex-prefeito Gustavo Mendanha mostrou sua força política em Aparecida de Goiânia e provou que o seu grupo ainda vai comandar por muito tempo essa cidade.
