Pacheco ressaltou que, sem dúvida, a declaração de Lula não representa a posição autêntica do presidente, configurando-se como uma manifestação equivocada.
“O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua diplomacia cautelosa, e, por conseguinte, é imperativo destacarmos nossa capacidade de influência, colaborando para a pacificação do conflito de forma justa.”
O senador Omar Aziz (PSD-AM), que se identificou como descendente de palestinos, objetou às afirmações de Pacheco: “Senador, esclareça-me como qualificar a ação de ceifar a vida de 30 mil inocentes? Quantos indivíduos designados como terroristas foram alvejados por esses ataques? Além disso, deslocar 1 milhão de palestinos, ordenando-lhes que abandonem suas moradias com a instrução de ‘migrem para o gueto, pois planejamos realizar um ataque’.”
Por sua vez, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), extendou um convite ao chanceler Mauro Vieira, solicitando sua presença no colegiado para prestar esclarecimentos e responder a “questionamentos e dúvidas” referentes ao caso.
Conforme explicado por Calheiros, está prevista a participação do ministro na Casa durante a primeira semana de março. “Convidei o chanceler Mauro Vieira para comparecer à CRE do Senado e discutir a crise com Israel, fornecendo esclarecimentos sobre questionamentos e dúvidas. O ministro, como de praxe, se mostrou disposto a comparecer já na primeira semana de março, levando em consideração as agendas do G20 e outros compromissos internacionais”, comunicou Calheiros por meio de suas redes sociais.
Na segunda-feira, o governo Lula tomou a decisão de convocar o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, para “consultas”. No âmbito diplomático, tal medida é interpretada como uma sinalização clara de descontentamento com a nação parceira. Adicionalmente, ocorreu um encontro entre Vieira e o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, visando esclarecimentos.
Previamente à iniciativa de Calheiros, os senadores da oposição Carlos Viana (Podemos-MG) e o líder do PL, Carlos Portinho (PL-RJ), haviam protocolado uma solicitação para ouvir o ministro na CRE.
Ato da oposição
Na Câmara dos Deputados, membros da oposição ao governo anunciaram sua intenção de formalizar, ainda hoje, a solicitação de impeachment contra o presidente Lula. Embora tenham obtido o apoio de 122 colegas, optaram por adiar a apresentação do requerimento para esta quarta-feira, aguardando possíveis novos apoios.
A proponente do pedido, Carla Zambelli (PL-SP), relatou ter recebido ligações de diversos deputados interessados em assinar, mas que estão em deslocamento para a capital.
Os signatários do pedido utilizaram o Salão Verde, o principal espaço de exposição na Câmara, para proferir discursos contundentes, dirigindo-se de forma veemente contra Lula.
O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) afirmou que Lula deveria estar detido e que o chefe do Executivo tem desonrado a nação. “O presidente está manchando a reputação do Brasil internacionalmente”, argumentou.