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O recém-nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) selecionou a advogada Priscila Carnaúba, esposa do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo Lula no Congresso, para integrar uma das posições disponíveis em seu gabinete. A profissional do direito já exercia suas funções na Corte, colaborando com a ministra Cármen Lúcia. Dino, figura de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacou, em seu discurso ao deixar o cargo de senador, seu compromisso com uma abordagem técnica e imparcial em suas decisões. Comprometeu-se também a trabalhar pela “harmonia entre os Poderes”. O novo ministro herda uma carga de trabalho significativa, assumindo a responsabilidade por 343 processos anteriormente sob a relatoria da ministra Rosa Weber. Esses casos incluem questões relacionadas ao relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid e decretos de indulto de Natal.

Chefe da diplomacia americana diz a presidente que EUA discordam da declaração sobre genocídio em Gaza. Os dois países defendem a criação de Estado Palestino

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, absteve-se de solicitar uma retratação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por sua comparação das ações de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto. Ambos se reuniram nesta quarta-feira no Palácio do Planalto, durante a primeira visita oficial do representante americano ao Brasil. Blinken, entretanto, expressou de forma inequívoca que os Estados Unidos discordam da declaração emitida pelo líder brasileiro, conforme comunicado pelo Departamento de Estado americano na terça-feira.

O representante dos Estados Unidos também reiterou a Luiz Inácio Lula da Silva que os EUA estão empenhados em negociar o fim do conflito e a libertação de reféns. Segundo comunicado divulgado pelo Planalto, ambos os países apoiam a criação de um Estado Palestino na região. O texto afirma: “O presidente Lula reiterou seu anseio pela paz e pelo término dos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza”.

Ao deixar o Palácio do Planalto, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, proferiu uma breve declaração, expressando a produtividade do encontro. “Agradeço ao presidente Lula por sua receptividade e tempo. Estados Unidos e Brasil compartilham numerosos projetos em diversas áreas, colaborando de maneira bilateral, regional e global. Essa parceria é de extrema importância, e expressamos nossa gratidão”, enfatizou.

Questionado sobre a situação na Faixa de Gaza, o representante americano optou por não emitir comentários. Em sua conta na plataforma de mídia social X (antigo Twitter), Blinken destacou a relevância do Brasil como parceiro em iniciativas voltadas para a valorização dos trabalhadores e a luta contra as mudanças climáticas. “À medida que nos aproximamos dos 200 anos de relações entre Brasil e EUA, nossos laços estão mais robustos do que nunca”, sublinhou.

Por sua vez, o presidente Lula abordou o encontro em suas redes sociais. “Discutimos sobre o G20, a iniciativa conjunta para aprimorar as condições dos trabalhadores lançada com o presidente Biden, a preservação ambiental, a transição energética, a ampliação dos laços de investimento e cooperação entre nossos países, e sobre os esforços pela paz na Ucrânia e em Gaza”, declarou.

Na extensa conversa, que perdurou por quase duas horas, os tópicos abordados incluíram as eleições venezuelanas e as questões relacionadas às mudanças climáticas. Blinken, de maneira inclusiva, mencionou a possibilidade de uma nova contribuição ao Fundo Amazônia.

A comitiva dos Estados Unidos chegou ao Palácio do Planalto por volta das 9h, sendo o Secretário de Estado Antony Blinken acompanhado pela embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Bagley. Por sua vez, o presidente Lula teve a companhia do assessor especial da Presidência e ex-chanceler Celso Amorim.

Antes de adentrarem à reunião de portas fechadas, o Chefe do Executivo indagou a Blinken sobre a data das eleições presidenciais americanas. O Secretário informou que ocorrerão em novembro, destacando que a campanha, neste momento, está concentrada em “quatro ou cinco estados”, dada a polarização entre os concorrentes, sendo o atual presidente, Joe Biden, e seu antecessor, Donald Trump.

Venezuela

Outro ponto delicado abordado na reunião foi a relação com a Venezuela, sob a liderança de Nicolás Maduro. Blinken expressou elogios a Lula pela postura do Brasil na redução das tensões no conflito com a Guiana, especialmente após a ameaça venezuelana de uma possível invasão militar na região de Essequibo. No entanto, o secretário censurou a administração Maduro por não cumprir os tratados estabelecidos, os Acordos de Barbados, que visam viabilizar a realização de eleições livres no país ainda neste ano.

Em outubro de 2023, a Venezuela formalizou a assinatura dos acordos com o objetivo de assegurar a participação livre de membros da oposição nas eleições presidenciais. Como parte do entendimento, os Estados Unidos suspenderam sanções impostas ao país latino-americano. No entanto, diante das prisões de opositores pelo governo de Maduro e das ações que visavam impedir sua participação no processo eleitoral, a administração Biden reintroduziu algumas das restrições anteriormente suspensas.

O Brasil desempenhou um papel na negociação desses acordos. Embora o governo Lula não tenha expressado publicamente críticas às ações do presidente venezuelano que violam o tratado, o assessor especial da Presidência e ex-chanceler Celso Amorim emitiu uma nota no início do mês, reafirmando o apoio do Brasil aos Acordos de Barbados.

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