Durante uma reunião com empresários da indústria paulista no dia 19 de fevereiro, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, enfatizou a complexidade dos desafios enfrentados pelo setor econômico.
Alckmin iniciou sua exposição destacando uma preocupação: “o Brasil tornou-se dispendioso antes de alcançar prosperidade”. Ele abordou as desafios associados à exportação de produtos além dos commodities e ressaltou a necessidade urgente de diminuir o “custo Brasil”, simultaneamente à busca por incremento na produtividade e competitividade industrial.
“A política industrial, por mais eficaz que seja, não será capaz de solucionar todas as questões sem uma macroeconomia sólida e sem a redução do custo Brasil. Não há soluções mágicas. Entretanto, estamos progredindo, levando em consideração fatores como taxas de juros, câmbio e impostos”, declarou Alckmin durante o evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.
Reformas
O vice-presidente ressaltou que não há uma solução singular para os problemas por ele apresentados, mas sim a necessidade de abordagens abrangentes. Ele enumerou uma série de setores que requerem atenção constante, abrangendo reformas trabalhista, tributária, previdenciária e administrativa.
“O país enfrenta desafios econômicos e tornou-se dispendioso, especialmente no que diz respeito às exportações, exceto produtos primários. A redução do custo Brasil, aprimoramento da produtividade e da competitividade são imperativos. Não existe uma solução miraculosa”, destacou enfaticamente.
Alckmin também abordou a questão dos elevados índices de juros no país, enfatizando a importância da sustentabilidade das contas públicas como uma via para sua redução. Ele argumentou que abordagens antiquadas, como taxas subsidiadas concedidas a algumas empresas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não são mais viáveis.
Ao fazer referência ao presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, filho de José Alencar, ex-vice-presidente do Brasil, Alckmin discutiu a temática do custo de capital e reconheceu os problemas relacionados aos elevados índices de juros no país, os quais podem levar empresas endividadas à falência e dificultar o acesso ao crédito para outras. “A questão do custo de capital é central, seu pai estava correto”, apontou.
Finalmente, não negligenciando a luta contra a inflação, Alckmin observou que ela não afeta a todos de maneira equitativa, prejudicando especialmente os menos favorecidos. “Não é socialmente neutra”, destacou o vice-presidente. “Castiga os mais pobres”, acrescentou.