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Novo governo Lula: veja quais partidos declararam apoio, oposição, neutralidade ou não se manifestaram

Novo governo tem a chance de acertar em muitas frentes porque tende a reunir uma equipe experiente, mas também porque os caminhos das pedras já são conhecidos

Por: Adriano Dias

Alguns dos 23 partidos que vão ter representação no Congresso em 2023 já manifestaram quais vão ser suas posições em relação ao  governo Lula PT.

O PL , partido de Jair Bolsonaro (PL) e que vai ter a maior bancada na Câmara dos Deputados, já anunciou que vai ser oposição.

A segunda maior bancada na Câmara, por outro lado, pertence ao PT de Lula – que, por isso, vai compor a base do governo, que deve contar ainda com o respaldo dos outros 9 partidos que compuseram a coligação que venceu as eleições (PCdoB, PV, Solidariedade, Psol, Rede, PSB, Agir, Avante e Pros). Juntas, essas 10 legendas somam 139 parlamentares.

Os presidentes do PSDB e do Republicanos indicaram que vão adotar uma postura de independência (leia mais abaixo).

As outras 4 maiores legendas da Casa – União Brasil, PP, MDB e PSD, que somam 190 deputados – não haviam se manifestado até a última atualização desta reportagem.

Os deputados eleitos ainda vão tomar posse. A nova legislatura começa só em fevereiro, quando as divisões dos partidos em base, neutralidade ou oposição fica mais definida.

E, mesmo um partido sendo da base ou da oposição, não significa que todos os deputados da sigla vão votar sempre de acordo com a posição partidária. Há votações na Câmara em que partidos liberam integrantes para votar como desejarem.

Veja a posição dos 23 partidos e como deve ser a composição das bancadas na Câmara.

PL (99 deputados) – OPOSIÇÃO – O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, afirmou que a legenda fará oposição ao governo Lula. Sigla à qual o presidente Jair Bolsonaro é filiado e pelo qual tentou a reeleição, o PL apoiou Lula e esteve na base de apoio do petista quando ele foi presidente, entre 2003 e 2010.

PT (68 deputados) – BASE GOVERNISTA – A legenda, presidida por Gleisi Hoffmann, é a mesma do presidente eleito.

União Brasil (59 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU – Segundo o blog do Valdo Cruz, o partido será procurado por Gleisi, a presidente do PT. Após o primeiro turno, o União Brasil decidiu liberar os diretórios estaduais para apoiar Lula ou Bolsonaro.

PP (47 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU – A legenda tem Ciro Nogueira, que é ministro da Casa Civil de Bolsonaro, como presidente licenciado. Ao site Poder360, o líder do partido na Câmara, André Fufuca, disse que a legenda aguardaria o final do governo Bolsonaro para debater a questão.

MDB (42 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU –Ao lado do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, formalizou o convite para que a sigla integre a equipe de transição do governo. Rossi disse que convite será discutido com líderes do partido, mas que vê “espírito colaborativo” dentro do MDB.

No segundo turno das eleições presidenciais, o MDB ficou neutro. Entretanto, a candidata do partido à presidência, a senadora Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, apoiou Lula. Tebet também já foi anunciada como colaboradora da equipe de transição para cuidar da área de desenvolvimento social. Tebet também é cotada para compor ministério do governo de Lula.

PSD (42 deputados):– AINDA NÃO ANUNCIOU – O partido foi convidado pelo PT para integrar a equipe que fará a transição e participe do conselho político que será formado. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, divulgou que teve uma “ótima conversa” com o presidente do PSD, Gilberto Kassab. “O deputado Antônio Brito foi indicado para compor o Conselho. Mais tarde o PSD indicará os membros que integrarão o governo de transição”, publicou Gleisi em uma rede social.

Em entrevista à Globonews, Kassab disse que é natural a discussão para um eventual alinhamento da sigla ao governo de Lula. Ele também afirmou que “parcela expressiva” de integrantes da legenda já têm apoiado Lula desde a campanha, o que facilitaria a aproximação com o PT.

Republicanos (41 deputados) – NEM BASE GOVERNISTA NEM OPOSIÇÃO – Após a eleição de Lula, o presidente da legenda, Marcos Pereira, escreveu em uma rede social que reconhece a eleição de Lula e parabenizou Bolsonaro pelo “grande resultado”. “Nós, do Republicanos, vamos manter a coerência e seguir um caminho de independência, aprovando aquilo que for bom para o Brasil e criticando aquilo que for ruim”, escreveu Pereira. O partido é o mesmo de Tarcísio de Freitas, governador eleito de São Paulo e apoiado por Bolsonaro.

PDT (17 deputados) – BASE GOVERNISTA – Após o primeiro turno, o PDT, que teve Ciro Gomes como candidato a presidência e ficou em quarto lugar, declarou apoio a Lula.

PSB (14 deputados) – BASE GOVERNISTA – A legenda, presidida por Carlos Siqueira, é a mesma do vice-presidente eleito na chapa de Lula, Geraldo Alckmin.

PSDB (13 deputados) – NEM BASE GOVERNISTA NEM OPOSIÇÃO – O presidente do partido, Bruno Araújo, afirmou que a legenda não fará parte do governo de Lula, mas que está comprometido com a “governabilidade” e “estabilidade” do país.

PSOL (12 deputados) – BASE GOVERNISTA – O presidente do partido, Juliano Medeiros, integra o conselho político da equipe de transição. Guilherme Boulos, deputado federal eleito, afirmou em uma rede social que irá integrar a equipe de transição. Ele afirmou que atuará na “área de Cidades e Habitação”.

Podemos (12 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU – Após o primeiro turno, o partido liberou seus filiados para apoiar Lula ou Bolsonaro. No primeiro turno, o Podemos apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB) à presidência.

Avante (7 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU – A legenda é a mesma do deputado federal André Janones, um dos principais nomes da campanha de Lula.

PSC (6 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU – Em O PSC decidiu apoiar o presidente Bolsonaro durante a campanha pela reeleição. O partido ainda não anunciou se apoiará Lula no governo ou se fará oposição.

PCdoB (6 deputados) – BASE GOVERNISTA – A legenda, presidida por Luciana Santos, fez parte da Coligação Brasil da Esperança, que tinha Lula como candidato à Presidência.

PV (6 deputados) – BASE GOVERNISTA – O partido fez parte da Coligação Brasil da Esperança, que tinha Lula como candidato à Presidência.

Cidadania (5 deputados) – BASE GOVERNISTA – O partido apoiou Lula no segundo turno. No primeiro turno, o Cidadania se coligou com MDB, Podemos e PSDB em torno da candidata Simone Tebet (MDB). Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente do partido, Roberto Freire, disse que em um “primeiro momento” apoiará Lula.

Patriota (4 deputados) – AINDA NÃO ANUNCIOU – Os partidos PTB e Patriota anunciam fusão, e a nova sigla deve se chamar Mais Brasil.

Solidariedade (4 deputados) – BASE GOVERNISTA – Os partidos Pros e Solidariedade anunciaram fusão. As duas siglas compõem a coligação de Lula.

Novo(3 deputados) – OPOSIÇÃO – Em uma rede social, o presidente da legenda, Eduardo Ribeiro, fez criticas ao PT e disse que o partido do presidente eleito “nunca teve um projeto de país”. “Seremos oposição”, escreveu Ribeiro.

O partido teve Felipe D’Avila como candidato à Presidência. Após o primeiro turno, o Novo não formalizou apoio a Bolsonaro após o primeiro turno, mas publicou nota dizendo ser contra o PT e o lulismo e liberando seus filiados e eleitores a votar de acordo com a “consciência” e “princípios partidários”.

PROS (3 deputados) – BASE GOVERNISTA – Os partidos Pros e Solidariedade anunciaram fusão. As duas siglas compõem a coligação de Lula.

Rede (2 deputados) – BASE GOVERNISTA – Marina Silva, deputada federal eleita por São Paulo, foi uma das principais apoiadoras da campanha de Lula, de quem se reaproximou nesta eleição. Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo de Lula entre 2003 e 2008. Em entrevista à Globonews após a eleição de Lula, Marina foi perguntada sobre ser ministra novamente, mas desconversou.

PTB (1 deputado) – AINDA NÃO ANUNCIOU – Os partidos PTB e Patriota anunciam fusão, e a nova sigla deve se chamar Mais Brasil. Roberto Jefferson, ex-deputado e que já foi presidente do partido, é apoiador de Bolsonaro. Jefferson foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro.

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