Dengue: Brasil ultrapassa marca de 500 mil casos e 75 mortes em 2024
Foram registrados 512.353 casos prováveis de dengue e 75 mortes pela doença nas primeiras seis semanas do ano, segundo o Ministério da Saúde Bethânia Nunes
O Brasil, conforme dados atualizados pelo Ministério da Saúde na segunda-feira (12/2), transcendeu a marca de meio milhão de casos prováveis de dengue em 2024. Registra-se um total de 512.353 casos prováveis e 75 óbitos pela enfermidade, contabilizados exclusivamente nas seis primeiras semanas do corrente ano, com outros 340 óbitos em fase de investigação.
O estado de Minas Gerais lidera a estatística, concentrando aproximadamente 171 mil casos prováveis de dengue. Na sequência, figuram São Paulo (83.651), Distrito Federal (64.403), Paraná (55.532), Rio de Janeiro (39.315), Goiás (31.809), Espírito Santo (14.107) e Santa Catarina (12.470).
O que você precisa saber sobre a doença
A dengue, uma moléstia infecciosa disseminada pela picada do mosquito Aedes aegypti, apresenta uma maior prevalência durante o período de verão, manifestando-se primariamente através de sintomas como dores corporais intensas e febre elevada. Considerada uma questão de saúde pública de grande gravidade no Brasil, esta enfermidade possui o potencial de resultar em óbito.
O Aedes aegypti, também conhecido como mosquito da dengue, é caracterizado por hábitos diurnos e é frequentemente encontrado em áreas urbanas. Este mosquito necessita de água estagnada para permitir o desenvolvimento de suas larvas até a fase adulta, ocorrendo a eclosão dos ovos em um período de aproximadamente 10 dias.
A infecção em seres humanos ocorre exclusivamente por intermédio da picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus por meio de sua saliva durante o processo alimentar do sangue, uma condição necessária para a produção de ovos.
A dengue, de modo geral, apresenta quatro sorotipos distintos, o que implica que um indivíduo pode ser contaminado por cada um desses micro-organismos, conferindo imunidade permanente a cada variação. Em outras palavras, é possível sofrer infecções até quatro vezes ao longo da vida.
Sintomas de dengue
Os sintomas iniciais, geralmente inespecíficos, manifestam-se aproximadamente três dias após a picada do mosquito, e podem incluir febre elevada, com duração típica de 2 a 7 dias, cefaleia, dores corporais e articulares, astenia, dor retroocular, erupções cutâneas, náuseas e vômitos.
Na fase de declínio ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. Contudo, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais severos, incluindo hemorragia, com potencial fatal.
Manifestações graves da dengue incluem vômitos persistentes, dor abdominal intensa, perda de sensibilidade e movimentos, urina com presença de sangue, sangramento de mucosas, tontura, queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos no sangue. Tais condições podem levar ao estado de choque, caracterizado por pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão arterial.
Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque, quando manifestado, possui uma duração breve, podendo resultar em óbito entre 12 e 24 horas, ou, alternativamente, em uma rápida recuperação mediante a aplicação adequada de terapia antichoque.
Embora a dengue seja uma patologia grave, é possível tratá-la com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona, com o intuito de aliviar os sintomas. A complementação do tratamento preconiza repouso e ingestão de líquidos. No caso da variante hemorrágica, é imperativo que a terapia seja administrada em ambiente hospitalar, envolvendo o uso de medicamentos e, quando necessário, transfusão de plaquetas.