Censo 2022: falta de esgoto é maior em casas de negros
Entre os pretos e pardos – grupos que compõem pouco mais da metade da população brasileira – o percentual sobe para 68,6%
Aproximadamente 49 milhões de cidadãos brasileiros ainda residem em áreas desprovidas de um sistema de coleta de esgoto eficiente, sendo que 4,8 milhões desses indivíduos não possuem acesso a abastecimento de água canalizada. Essa informação é proveniente de uma análise recente do Censo Demográfico de 2022, apresentada nesta sexta-feira (23/2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação à ausência de infraestrutura de esgotamento sanitário, esta cifra representa 24% da população, evidenciando as discrepâncias associadas à desigualdade social. Notavelmente, entre os cidadãos pretos e pardos, grupos que representam um pouco mais da metade da população brasileira, o índice eleva-se para 68,6%.
São classificados como adequados para descarte os sistemas de esgotamento conectados à rede de coleta, alcançando 62,5% da população, bem como o emprego de fossa séptica ou fossa-filtro como solução individual, representando 13,2%. Ambas as categorias integram o escopo do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).
No que tange ao acesso à água, semelhantemente ao cenário do descarte de esgoto, observa-se disparidade entre os distintos grupos raciais. A população de pretos e pardos corresponde a 72% da parcela desprovida de acesso adequado, ao passo que os brancos representam 24%.