Agosto Lilás: Mulheres vítimas de violência sexual recebem acompanhamento multiprofissional em Aparecida
Atendimento é ofertado durante todo o ano pela SMS no Ambulatório Ipê, localizado no Centro de Especialidades
No mês destinado à conscientização para o fim da violência contra a mulher, com a campanha nacional do “Agosto Lilás”, a Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) reforça a importância da rede de assistência para as vítimas de violência sexual, uma das principais que acometem a população feminina. Na cidade, qualquer mulher que tenha passado por esse tipo de situação pode receber atendimento multiprofissional e integral no Ambulatório Ipê, localizado no Centro de Especialidades (Avenida C entre as Ruas C-08, C-22 e Avenida C-06, Jardim Boa Esperança). O local funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17h.
O Ambulatório foi idealizado para acolher e cuidar das vítimas de violência sexual. “Aqui as pacientes recebem acompanhamento com ginecologista, psicólogos, assistente social e outros profissionais que podem ajudá-las a viver melhor”, enfatiza o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães. O gestor lembra que não apenas as mulheres são atendidas na unidade, homens também, “apesar de que são elas as que mais sofrem”, destaca.
A afirmação do secretário não é para menos. De acordo com um estudo publicado neste ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estima-se que o número de casos de estupro no país por ano é de 822 mil, o equivalente a dois por minuto, sendo as mulheres as principais vítimas. Contudo, segundo a pesquisa, apenas 8,5% dos estupros são identificados pelo sistema policial e 4,2% pelos sistemas de informação da saúde. “É muito importante acolher e assistir as vítimas. Só assim vamos combater os efeitos devastadores da violência sexual contra as mulheres”, ressalta Alessandro Magalhães.
Consequências que afetam a saúde como um todo
O superintendente de Atenção à Saúde, Gustavo Assunção, destaca que entre as consequências físicas imediatas da violência sexual contra as mulheres estão a gravidez, infecções do aparelho reprodutivo e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST´s). “Mas não é só isso. A longo prazo, está associada a depressão, ansiedade, impulsividade, distúrbios alimentares, sexuais e de humor, alteração na qualidade do sono, entre outros quadros. A violência sexual contra as mulheres é terrivel, mas infelizmente está presente na sociedade e é, também, uma questão de Saúde Pública”, afirma.
Como a vítima pode receber cuidado
A diretora de Urgência, Emergência e Especialidades de Aparecida, Loanny Moreira, explica o fluxo da SMS para esses casos: “Normalmente, as vítimas de violência sexual procuram, em primeiro lugar, as UPA’s e Cais da cidade. Lá são acolhidas e atendidas e posteriormente encaminhadas para a equipe multiprofissional do Ambulatório Ipê, que faz o devido acompanhamento para cada caso pelo tempo que for necessário. Mas, as pacientes também podem procurar diretamente o Centro de Especialidades. Nossas equipes atuam garantindo aos pacientes acolhimento e privacidade e estabelecendo uma relação de confiança fundamental para esse tipo de tratamento”.
Para atendimento às vítimas de violências, Aparecida também oferece assistência com apoio de Conselhos Tutelares e dos Centro de Referência de Assistência Social (CREAS). Além disso, em parceria com Secretaria Estadual de Saúde (SES), o Instituto Médico Legal (IML) conta com uma “Sala Lílas” para acolher as vítimas de violência sexual e prestar atendimento o mais breve possível.