Durante um discurso na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP27), o ministro Joaquim Leite, do Meio Ambiente, criticou filantropos, líderes e empresários que usam jatinhos, referindo-se ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, afirmou que o mundo não vai ser salvo pelos “caridosos”.
“Filantropos, líderes e empresários e seu sempre exagerado número de assessores vieram em jatos particulares ao luxuoso balneário do Mar Vermelho para cobrar metas de redução de emissões dos outros, sugerindo carros ultramodernos a hidrogênio ou 100% elétricos, completamente desconexos da realidade de diversas regiões do Brasil e do mundo”, declarou, na terça-feira 15.
Segundo o ministro, a política ambiental deve basear-se na geração de emprego verde, e não na redução dos gases do efeito estufa. A ida de Lula ao Egito é seu primeiro compromisso no exterior, depois do resultado das eleições.
O modelo Gulfstream G650, emprestado a Lula, gasta cerca de 130 toneladas de dióxido de carbono (que provoca o efeito estufa) para fazer a viagem. De acordo com o grupo europeu Transporte e Meio Ambiente, a emissão de gases do efeito estufa em aviões particulares é de cinco a 14 vezes maior que a média por viajante em aviões de carreira.
Ainda em seu discurso, o ministro do Meio Ambiente citou alguns benefícios para o meio ambiente na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Diferentemente dos governos anteriores, em que o foco era enviar recursos somente para ONGs, nos últimos anos, implementamos políticas como o setor privado para dar escala a uma nova economia verde, com objetivo de neutralidade climática até 2050”, explicou. “O mundo não será salvo pelos caridosos, mas pelos eficientes.”
Por fim, afirmou que o Brasil se destaca pela grande capacidade de gerar energia totalmente limpa e barata. E ainda que o país pode tornar-se um “um fornecedor de produtos industriais” para o exterior.