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Comissão de Direitos Humanos tem bate-boca e xingamentos: “Marielle acabou, p…”

O tumulto foi tão grande que a reunião precisou ser encerrada pela presidente do colegiado, Daiana Santos (PCdoB-RS)

Na sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados realizada no dia 13 de março, foi registrado um incidente de desacato e troca de acusações entre parlamentares. A contenda teve início quando o Deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA) provocou membros da ala esquerdista ao mencionar o nome da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, no dia anterior ao aniversário de seu falecimento, ocorrido há seis anos. Durante sua intervenção, Éder Mauro declarou que Marielle “não está mais presente”. O tumulto resultante foi tão intenso que a presidente da comissão, Daiana Santos (PCdoB-RS), considerou necessário encerrar a reunião.

O parlamentar apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que congressistas “feministas que defendem bandidos do Rio” não se manifestam a favor das mulheres estupradas por terroristas do Hamas em invasão a Israel, em outubro de 2023. Daí, então, ele mencionou o nome de Marielle. “Mas se fosse Marielle Franco tenha certeza que elas estariam até hoje (defendendo)”, afirmou.

A provocação deflagrou uma troca de ofensas entre deputados de esquerda e de direita. Éder Mauro continuou: “Marielle Franco acabou, porra. Não tem porra nenhuma aqui”, gritou. Talíria Petrone (PSOL-RJ), do mesmo partido e Estado da ex-vereadora, também aos gritos, chamou o parlamentares bolsonarista de “torturador” e “matador de merda.”. O oposicionista Gilvan da Federal (PL-ES), também entrou no bate-boca.

“Você é um torturador, matador, torturador”, disse Talíria, com o dedo em riste. Neste momento, tanto oposicionistas como governistas gritavam sem parar. Assessores de deputados de esquerda entoaram o cântico de “Marielle presente”, enquanto Éder Mauro gesticulava com sinal de reprovação. “Respeita a comissão”, gritaram outros assessores para o bolsonarista.

No meio do tumulto, Éder Mauro ainda disse que foi a esquerda que matou Marielle, algo que ele já falou em outras comissões no ano passado. Após a saída dos deputados da oposição da sala da Comissão de Direitos Humanos, Talíria começou a chorar e precisou ser amparada pelos colegas Daiana Santos e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ).

“Não é possível aceitar que uma comissão como essa seja utilizada para esse tipo de discurso”, afirmou Daiana, presidente da comissão. Ela, Talíria e Henrique Vieira se reuniram após a briga para decidir como reagiriam ao acontecimento.

“A menina que foi estuprada por vários homens em Israel e nenhuma delas se manifestou. Mas quando é Marielle, elas querem se manifestar”, disse Éder Mauro, sobre o que aconteceu no plenário da comissão.

 

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