Medidas do governo fazem arrecadação federal bater recorde
Projetos aprovados no ano passado para engordar o caixa do governo explicam receitas de R$ 282 bilhões no primeiro mês
A arrecadação federal de impostos e contribuições federais somou R$ 280,64 bilhões em janeiro. O valor é recorde da série histórica, uma alta real de 6,67% em relação ao mesmo mês de 2023.
Conforme os dados publicados pela Receita Federal, esse representa o montante mais expressivo dentre todos os meses registrados na série histórica, após descontar os efeitos da inflação. Esses números eram aguardados com grande expectativa, tendo em vista a incerteza sobre a eficácia das medidas de arrecadação adotadas pelo governo federal ao longo do ano passado, e se estas resultariam no aumento das receitas.
Viana ressaltou, ainda, a necessidade de vigilância em relação à nova disputa entre a equipe econômica e o Legislativo para assegurar essa arrecadação, considerando elementos como a Medida Provisória (MP) 1.202, de dezembro de 2023, relacionada à desoneração da folha de pagamentos, o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e a restrição de compensações de Créditos Decorrentes de Decisões Judiciais. O economista enfatizou que esse é, sem dúvida, o novo foco de arrecadação do governo e que será necessário realizar intensas negociações com o Congresso para viabilizar uma solução que possa ser politicamente aprovada.
No início de fevereiro, em coletiva de imprensa, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, antecipou que o resultado da arrecadação de janeiro seria “muito bom” e expressou sua satisfação pelo fato de os super ricos estarem contribuindo com o Imposto de Renda. “É uma grande satisfação ver que, finalmente, alguns contribuintes têm a oportunidade de contribuir com o Estado brasileiro, pagando Imposto de Renda”, afirmou Barreirinhas na época.