Equipe de transição de Lula tem 18 nomes condenados ou suspeitos de crimes de corrupção
O governo Lula ainda nem começou, mas tem tudo para começar mal, e pela sinalização da equipe de transição, com 18 nomes condenados ou suspeitos por crimes de corrupção, nada de auspicioso se vislumbra para 2023.; muito pelo contrário, ele próprio fez questão, reiteradamente, de dizer o que pode acontecer de ruim, a começar por uma área essencial, a economia. O novo presidente, após a eleição, ainda não disse quem vai ser o seu ministro da Economia e, enquanto não diz, o Brasil fica sem saber se vai para um lado ou se vai para o lado oposto; os nomes postos em circulação, tanto quanto se saiba, querem coisas que se excluem entre si como é que fica, então? Além disso, as primeiras pregações econômicas de Lula indicam uma tempestade pela frente. Ele se referiu à estabilidade fiscal como “essa tal de estabilidade”, uma exibição pública de que despreza a ideia de controle e sobriedade nas contas do governo. O que ele quer? Instabilidade, retrocesso nas contas? Não sabe o que pode gerar de bom de uma declaração como essa.
Ademais, todo o resto, do que Lula tem dito não é melhor. Ele afirmou, como se ainda estivesse caçando voto, que “as pessoas podem sofrer” para se obter o equilíbrio entre entrada e saída de dinheiro no caixa do governo. Ora pois, as pessoas ganharam o que se houver desequilíbrio? O futuro presidente considerou estranho, também, um país ter metas de inflação e não ter metas de crescimento. Frase de efeito bonita, mas não muda a essência, tão pouco as realidades. O que ele propõe? O mundo inteiro é assim: os governos se propõem metas de inflação, mas não podem baixar decretos-leis mandando a economia crescer tantos por cento no ano. Quando se tenta fazer diferente dá em Argentina, que está com 80% de inflação em 2022, ou em Venezuela, onde já nem se faz mais a conta — pela última estimativa do FMI, a alta no índice deve estar nos 500% anuais. Não há vantagem absolutamente nenhuma para “as pessoas” nesse tipo de delírio. É exatamente o contrário: só o pobre perde com os preços subindo todo dia, pois jamais, em toda a história, foi possível compensar inflação com aumento de salário, ou colocando zeros a mais na moeda. Quem ganha, sempre, são os banqueiros, que vai aplicar dinheiro a juro na ciranda financeira.
Lula diz, ainda, que gasto público não é despesa, é “investimento”. Ele pode chamar do nome que quiser, mas despesa continua sendo despesa, e tem de ser paga em dinheiro. Fala em combater a “fome”, quando o Banco Mundial acaba de anunciar que a pobreza extrema no Brasil é a menor desde 1980, e por aí vai. O mercado não gostou, é claro. O dólar subiu, a Bolsa caiu. Deveria não ter gostado antes. Até a véspera da eleição, dizia que Lula já tinha sido “precificado” e que estava tudo bem. Não estava e não está.