BrasilMortalidade Infantil

Mortes de crianças caem 60% no Brasil em 22 anos, diz Unicef

Entretanto, apesar da queda, o Unicef alerta sobre as mortes evitáveis. Crianças nascidas nos lares mais pobres têm o dobro de chances de morrer antes dos cinco

A taxa de mortalidade de crianças com até cinco anos de idade registrou uma redução de 60% no Brasil ao longo dos últimos 22 anos. Em 2000, o país apresentava 35 óbitos para cada mil crianças. Já em 2022, esse índice decresceu para 14 a cada mil. Tais dados foram divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta quarta-feira (13/3). O relatório também indica que, globalmente, o número anual de óbitos infantis diminuiu para 4,9 milhões em 2022, representando uma redução de 51% desde 2000.

O Unicef destaca que a queda nas taxas de mortalidade infantil reflete o compromisso dos governos, organizações, comunidades locais, profissionais de saúde e famílias com a proteção dos membros mais vulneráveis da comunidade global.

“Atrás desses dados estão as narrativas de parteiras e profissionais de saúde treinados, que auxiliam as mães durante o parto de forma segura, profissionais de saúde que realizam a vacinação e protegem as crianças contra doenças fatais, e agentes comunitários de saúde que realizam visitas domiciliares para fornecer apoio adequado à saúde e nutrição das crianças”, explica Catherine Russell, diretora executiva do Unicef.

Entretanto, mesmo com essa diminuição, o Unicef adverte sobre as mortes evitáveis de crianças, uma vez que as ameaças à saúde e à sobrevivência de recém-nascidos e crianças ainda persistem em todo o mundo, especialmente entre os mais desfavorecidos. “Ainda há um longo caminho a percorrer para eliminar todas as mortes evitáveis de crianças e jovens”, ressalta a organização.

“Erradicar as mortes infantis evitáveis em todas as comunidades exigirá investimentos específicos em cuidados de saúde de qualidade, disponíveis e acessíveis, incluindo profissionais de saúde qualificados durante o parto, cuidados pré e pós-natais, atendimento a recém-nascidos pequenos e doentes, serviços preventivos como vacinação, e diagnóstico”, complementa o Unicef.

O relatório evidencia que, das 4,9 milhões de mortes de menores de cinco anos ocorridas em 2022, 2,3 milhões ocorreram durante o primeiro mês de vida e 2,6 milhões entre 1 e 59 meses de idade. Além disso, durante esse período, as vidas de mais 2,1 milhões de crianças, adolescentes e jovens, com idades entre 5 e 24 anos, foram perdidas.

“De 2000 a 2022, o mundo perdeu 221 milhões de crianças, adolescentes e jovens. Isso equivale a quase toda a população da Nigéria, o sexto país mais populoso do mundo. As crianças menores de cinco anos representaram 162 milhões dessas vidas perdidas, uma cifra próxima à população de Bangladesh, o oitavo país mais populoso do mundo”, destaca o Unicef.

Desigualdades

O avanço alcançado corre o risco de estagnação ou reversão, a menos que medidas sejam implementadas para mitigar as numerosas ameaças à saúde e à sobrevivência de recém-nascidos e crianças. Um número inaceitável de crianças continua a enfrentar probabilidades reduzidas de alcançar a idade adulta com base em sua localidade de nascimento e condições de vida. É imperativo que o mundo atue para preservar a vida das crianças que permanecem vulneráveis, marginalizadas e, em muitos casos, negligenciadas pelas autoridades decisórias.

É digno de nota que países de baixa e média renda testemunharam reduções, demonstrando que o progresso é viável quando os recursos são direcionados para a atenção primária à saúde. Nações como Camboja, Malawi, Mongólia e Ruanda conseguiram reduzir a mortalidade de crianças menores de 5 anos em mais de 75%.

 

 

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