O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou um novo encontro com o líder venezuelano, Nicolás Maduro, durante a tarde desta sexta-feira, 1º, no contexto da 8ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). O evento transcorre na cidade de Kingstown, a capital de São Vicente e Granadinas.
A reunião privada com o dirigente venezuelano está devidamente registrada na agenda oficial do Presidente brasileiro. Conforme comunicado pela equipe de comunicação do Palácio do Planalto, Lula e Maduro dialogaram por uma hora, das 13h30 às 14h30.
Em seguida, de acordo com a Presidência, o líder do Partido dos Trabalhadores manteve uma reunião com o Presidente da Bolívia, Luis Arce. Antes de retornar ao Brasil ainda nesta sexta-feira, Lula está programado para ter encontros bilaterais com outras autoridades, incluindo uma audiência com o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres.
Antecedendo sua participação na Cúpula em Kingstown, Lula visitou a Guiana em 29 de fevereiro. Durante essa visita, o ex-presidente brasileiro se encontrou com o Presidente guianês, Irfaan Ali.
Questionado a respeito, Lula negou ter abordado a questão de Essequibo com Irfaan Ali, assegurando que tampouco tratará desse assunto com Maduro. Vale ressaltar que, sob a orientação do ditador venezuelano, a Venezuela ameaça uma incursão na região, que é internacionalmente reconhecida como parte do território guianense.
“Não foi objeto de discussão”, afirmou o ex-presidente Lula. “Por qual razão? Este não é o momento apropriado para abordar tal tema. A reunião bilateral teve como propósito discutir questões relacionadas ao desenvolvimento e investimentos. O Presidente Irfaan, assim como o Presidente Maduro, está ciente de que o Brasil está aberto a dialogar com eles sempre que for oportuno e necessário.”
Em seu pronunciamento na CELAC, o ex-presidente Lula reiterou a designação da resposta de Israel em Gaza como “genocídio”. Durante esse discurso, o líder do Partido dos Trabalhadores afirmou que Israel está impondo uma “punição coletiva” ao povo palestino, instando os países membros da CELAC a expressarem uma posição decisiva sobre a situação.
“Quero aproveitar a presença do nosso estimado secretário-geral da ONU, Antonio Guterres”, expressou Lula. “Proponho uma moção da CELAC pelo encerramento imediato deste ‘genocídio'”. Em seguida, Lula solicitou a Guterres que seja acionado o artigo 99 da Carta da ONU, que estipula que “O Secretário-Geral pode chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer questão que, em sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais.”
